06/09/2009 - MORADIA
Mulher reclama de falta de atendimento
Por: Carol Scorce (carol@abcdmaior.com.br )
Moradores reclamam que serviço de atenção não está acessível. Foto: Antonio Ledes
Desapropriações para obras da Jacu-Pêssego têm causado transtornos
As desapropriações para as obras de extensão da avenida Jacu-Pêssego têm causado mais transtornos para as famílias que os habituais impasses com valores de indenizações e mudanças feitas a ‘toque de caixa’. Moradores do Jardim Oratório, em Mauá, bairro que tem o maior número de famílias removidas, reclamam que o serviço de atenção e suporte psicológico oferecido pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) no começo deste ano não está acessível.
Nilsa Gomes, 55 anos, viveu 31 anos no Jardim Oratório. Há cerca de 50 dias, saiu da casa onde morava e recebeu R$ 76 mil de indenização. A moradora contou que só recebeu a quantia quando estava com os móveis dentro do caminhão de mudança. “Não pude negociar valores e até hoje não me entregaram qualquer documento.”
Sem tempo para achar uma casa para comprar ou alugar, Nilsa teve de ir morar no salão comercial do irmão, junto com o marido e a neta, e perdeu a única renda que tinha com o comércio de chocolates. “Onde fui morar não tinha cozinha para fazer os chocolates.”
A moradora procurou a empresa terceirizada que realiza a assistência social no bairro para ser atendida por um psicólogo. “Passei por momentos muito difíceis nesses últimos meses. Sou uma das primeiras moradoras do Jardim Oratório e não foi fácil deixar o bairro. Como a Dersa disse nas primeiras reuniões que tínhamos direito a assistência psicológica, fui procurar e descobri que o serviço não existe ainda”, contou.
De acordo com a Dersa, a moradora não procurou atenção psicológica na empresa. Se procurasse, teria de atestar que está com problemas psicológicos decorrentes da mudança. A Dersa também informou que todos os laudos com os valores das indenizações foram entregues. Nilsa nega as informações.
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