domingo, 28 de março de 2010

Rodoanel: inauguração é adiada

ABCD Maior - 27/03/2010 Por: Camila Galvez (camila@abcdmaior.com.br)
Máquinas trabalham na construção do Rodoanel às vésperas da inauguração.
ABCD MAIOR visitou obras na última quarta-feira e constatou: há trechos semsinalização e asfalto
Apesar de divulgar em sua página na Internet que a inauguração do Trecho Sul do Rodoanel será neste sábado (27/03), a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) deve entregar o complexo viário apenas na próxima semana. O governador José Serra (PSDB) tem o Rodoanel como uma das principais obras de seu governo e pretende entregá-lo antes de sua descompatibilização para concorrer à Presidência da República, que deve acontecer até 3 de abril.
Por enquanto o que se vê nos canteiros de obras da Região ainda é muita poeira e áreas de terra batida. Há trechos, inclusive, que precisam de finalizações, tais como sinalização, pintura do asfalto, canaletas, acessos, iluminação, entre outros. A reportagem do ABCD
MAIOR visitou alguns pontos da obra na última quarta-feira (24/03) e presenciou vários operários que trabalhavam em ritmo acelerado para finalizar os últimos detalhes.
Enquanto a empresa não conclui o complexo viário, apenas caminhões que carregam materiais e máquinas que realizam os serviços trafegam pela via, promessa do governador José Serra para reduzir os congestionamentos nas principais avenidas da Capital e da Região Metropolitana de São Paulo.
A situação mais crítica está em um trecho de cerca de 1 km nas proximidades do Royal Park, em São Bernardo. Ainda falta finalizar o asfalto e não há qualquer sinal das barreiras de proteção e da sinalização da pista. Funcionários que conversaram com a reportagem sob a condição de se manter anônimos afirmaram que será necessário cerca de três a quatro dias para finalizar o trecho. Para eles, a obra atrasou por causa da chuva e a inauguração deve mostrar “só a parte bonita” do Rodoanel. Nos últimos dias, a Região voltou a ser castigada por fortes chuvas.
Próximo ao Bairro Botujuru, também em São Bernardo, a reportagem viu máquinas e homens trabalhando na cobertura de asfalto de uma parte pequena da pista, logo acima de um túnel já concluído. O restante da área possui sinalização asfáltica e de placas, além das muretas de proteção.
Os trechos mais completos estão na área do Parque Los Angeles, em São Bernardo, onde túneis finalizados recentemente já foram alvo, inclusive, de pichadores. A ponte que liga a Região a São Paulo e passa por cima da represa Billings já está com os postes de iluminação. Falta ainda remover a terra acumulada na parte de baixo do elevado, que foi colocada ali para que fosse possível fixar as colunas. A Dersa não se pronunciou

Decreto de desapropriação do Rodoanel - Trecho Leste sai em abril

Repórter Diário - 28/03/10 por André Magnabosco
Para resolver o que é considerado pelos investidores um dos maiores entraves à construção do trecho Leste do Rodoanel, o secretário de Transportes do Estado de São Paulo, Mauro Arce, disse que um decreto que garante a desapropriação da área será publicado antes da segunda semana de abril, quando sai o edital para a realização do leilão dos trechos Sul e Leste do Rodoanel. "Devemos fazer um decreto de utilidade pública que autoriza a desapropriação", disse Arce ao participar de cerimônia de inauguração da nova Marginal ao lado do governador José Serra.
Arce reconheceu que o decreto de utilidade pública é uma reivindicação do setor privado, que teme não conseguir cumprir o prazo de construção do trecho Leste, por eventuais problemas no processo de desapropriação. Quem ganhar a licitação para explorar o trecho Sul do Rodoanel - atualmente em fase final de conclusão -, terá de construir o trecho Leste.
As empresas temem que as desapropriações interfiram no prazo máximo de 30 meses para a conclusão das obras. Caso não cumpra o cronograma, a concessionária será penalizada com multa. Em razão disso, há uma movimentação das empresas para que o governo estenda o prazo para 36 meses.
Por esse motivo, a exigência de as empresas assumirem as desapropriações é encarada como o ponto mais polêmico da concorrência.
Além de arcar com despesas de R$ 1,157 bilhão do total de R$ 5,036 bilhões a ser investido na obra ao longo de 35 anos, a iniciativa privada será responsável por conduzir o processo de retirada de mais de mil edificações, das quais 72% estão em área urbana.
Em entrevista exclusiva à Agência Estado, recentemente, o secretário minimizou a dificuldade alegada pelos investidores para realizar a desapropriação e chamou a operação de trivial. Segundo o secretário, no caso do trecho Sul do Rodoanel, cujas obras foram feitas pelo próprio governo e estão quase prontas, as desapropriações foram "muito rápidas" e não impediram a formação imediata das frentes de trabalho.
Depois de publicado o edital, previsto para a segunda semana de abril, as empresas terão 60 dias para a entrega das propostas. O governo paulista trabalha com a possibilidade de assinar os contratos ainda em agosto deste ano. (AE)

Imensurável!

Consórcio quer saber o impacto do Rodoanel Sul
Por: Carol Scorce (carol@abcdmaior.com.br)
Comissão será criada para inspecionar compensações ambientais
O Subcomitê de Bacias do Consórcio Intermunicipal vai criar uma comissão especial para inspecionar as compensações ambientais do Rodoanel Mário Covas no ABCD. O subcomitê pretende também concluir no prazo de um mês relatório que aponta quais ações firmadas em contrato entre as prefeituras e a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) estão de fato sendo executadas, e o que poderá ser renegociado com o governo do Estado.
A medida é consequência do consenso de integrantes das prefeituras e também da sociedade civil e de ONGs (Organizações Não Governamentais) de que as compensações não estão ocorrendo como combinado, e que a Região, no final das contas, sai perdendo.
De acordo com o coordenador técnico de planejamento e gestão do Subcomitê e também secretário de Meio Ambiente de Mauá, Sérgio Afonso Pereira, mesmo sem o relatório pronto já é possível observar que há um descompasso da Dersa entre as atenções dadas à finalização das obras do trecho Sul do Rodoanel e as ações de mitigação dos impactos ambientais da mesma.
“A Dersa segue leis federais que não permitem o replantio de mudas em áreas urbanas. Para que as mudas destinadas às compensações sejam plantadas, é exigido que as Prefeituras destinem grandes áreas, recriando pequenas florestas. Essas áreas estão escassas na Região, e estamos observando que, por isso, todo planejamento de compensação está sendo deixado de lado”, disse Pereira.
Em Mauá, por exemplo, as compensações acordadas são o replantio de 97 mil mudas e a construção e manutenção de um viveiro. No entanto, além do problema com a falta de áreas para o replantio, a Dersa não disponibilizou o criadouro de sementes para a Prefeitura, inviabilizou o treinamento de funcionários e respectivas contratações, e não deu seguimento à construção da estufa, itens mínimos para o funcionamento do criadouro de plantas.
No início deste mês, o subcomitê recebeu da Dersa relatório do que já foi feito no ABCD. As informações serão cruzadas com as pesquisas feitas pela entidade e, posteriormente, checadas pelos trabalhos de campo. “Queremos garantir que a Região não será prejudicada. Não somos nós que temos de pagar essa conta, e sim o governo do Estado.”

Tem que ficar pronto até o anúncio da candidatura de José Serra!


As irmãs Maria Ignes Bondezan, Ana Maria Bondezan e Lucia Maria Bondezan sofrem com o barulho e as rachaduras provocadas pela obra do Rodoanel. Para tentar resolver o problema com a Dersa, elas reuniram uma série de documentos

Moradores contam que ritmo da obra foi intensificado nas últimas duas semanas e máquinas operam noite adentro
Obras do Rodoanel acontecem de madrugada no mês da inauguração e causam transtornos a moradores
Entrega está prevista para o final de março; moradores reclamam de rachaduras nas casas
As obras de ampliação do Rodoanel - anel viário ao redor da capital paulista - têm sido causa de noites de sono perdidas, além de outros transtornos para moradores de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Habitantes da região disseram à reportagem do R7 que, há pelo menos duas semanas, a expansão do Rodoanel, que já incomodava com o barulho dos tratores e escavadeiras durante o dia, teve o ritmo intensificado e passou a se estender até a noite.
Segundo três irmãs que vivem em um condomínio no km 28 da estrada de Itapecerica da Serra, na última terça-feira (16), o trabalho durou toda a madrugada e fez com que elas fossem até a delegacia para fazer uma queixa formal e registrar um boletim de ocorrência contra a Dersa, responsável pela expansão do Rodoanel. De acordo com a comerciante Ana Bondezan, depois da reclamação o barulho das obras diminuiu, mas continuou atrapalhando o sossego das famílias.
O engenheiro responsável pela obra disse que tinha alvará [autorização] para trabalhar nesse horário, mas que não estava com o documento na hora.
As comerciantes Maria Ignes Bondezan e Lucia Maria Bondezan disseram que, nesta semana, seus filhos chegaram a perder um dia de trabalho por não conseguirem dormir com o barulho. A reportagem do R7 procurou a Dersa, responsável pelas obras, na tarde da última quinta-feira (18) e voltou a fazer contato com a estatal ao menos três vezes na sexta-feira (19). Até a publicação desta reportagem, a empresa não havia confirmado se tem autorização para trabalhar de madrugada.
A construção no trecho sul vai ligar a região Centro-Oeste do país ao porto de Santos e deve ser concluída até o final deste mês - pouco antes de o governador do Estado, José Serra, deixar o cargo para se dedicar à campanha eleitoral da Presidência da República.
Rachaduras
A reportagem do R7 esteve nesta semana no local e comprovou que a pista do Rodoanel está sendo construída a menos de 100 metros das três casas que constituem o condomínio familiar. Um trator opera a menos de 1 metro do muro dessas casas.
Partes do chão e das paredes das três casas apresentam rachaduras. Segundo os moradores, elas são provocadas pelas obras do Rodoanel e já foram consertadas pela Dersa algumas vezes, mas sempre voltam a aparecer. As moradoras culpam as obras também por alagamentos que passaram a acontecer na casa desde junho de 2009. Ana Bondezan reclama dos alagamentos.
- Eles aterraram e fizeram a pista do lado da nossa casa, por isso alaga. Minha mãe viveu 76 anos aqui e nunca viu juntar água.
Até a publicação da reportagem, a Dersa também não havia respondido sobre as rachaduras e alagamentos nas casas próximas da construção.
A propriedade da família era parte de um terreno maior, que pertenceu ao avô das três irmãs. Até fevereiro de 2009, cinco irmãos moravam no condomínio. De acordo com as irmãs, a Dersa fez uma proposta de expropriação para o terreno inteiro. No entanto, a família contestou na Justiça o valor oferecido para a reposição dos bens, e o projeto inicial foi modificado.
Apenas uma parte foi expropriada – a casa de outros dois irmãos –, dividindo o condomínio. Agora, elas lutam na Justiça pela expropriação total do terreno.
Portal R7

Você acredita na Compensação Ambiental?

ABCD MAIOR - 14/03/2010 - MEIO AMBIENTE Por: Camila Galvez
Parque não compensa dano ambiental
Área em S. Bernardo, criada reduzir impacto causado pelo Rodoanel, é insuficiente, dizem ambientalistas
A Região deve ganhar até o fim deste mês uma nova área de conservação ambiental: o Parque do Riacho Grande, em São Bernardo. Com 222 hectares que margeiam a represa Billings, o parque será entregue pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) à Prefeitura, que ficará responsável pela gestão administrativa do espaço, de acordo com o plano de manejo elaborado pela empresa estadual. Para ambientalistas, no entanto, a medida é insuficiente e não minimiza o impacto ambiental causado pela obra.
O modelo de parque proposto preocupa o presidente do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), Carlos Bocuhy. “O Rodoanel é uma obra que provoca a segmentação das florestas, de forma que os caminhos da fauna ficam comprometidos e diminui-se o habitat ao qual os animais estavam acostumados. Isso causa fragilidade ambiental e não há compensação que resolva”, garantiu. De acordo com o ambientalista, as obras para a construção do complexo viário desmataram 297 hectares, o equivalente a 440 campos de futebol.
Para o presidente do Movimento em Defesa da Vida do ABC, Virgílio Alcides de Farias, é lamentável que não tenham investido em outras áreas além do Parque do Riacho Grande. “O ideal seria implementar outras áreas como essa”, destacou.
O parque
De acordo com o gerente de gestão ambiental da Dersa, Marcelo Arreguy Barbosa, foram investidos R$ 23,7 milhões na criação do parque. “A maior parte foi utilizada para desapropriar cerca de 80 propriedades que ocupavam a área.”
A Secretaria de Gestão Ambiental de São Bernardo será responsável pela administração. O secretário Giba Marson explicou que deve ser firmado um convênio com o governo do Estado, que ainda não tem data definida. “Vamos formar um grupo de acompanhamento envolvendo diversas secretarias. Além disso, dependemos do plano de manejo prometido pela Dersa para determinar de que maneira o parque poderá ser utilizado sem degradação ambiental”, explicou.
Marson destacou que a Prefeitura tem diversas necessidades que podem ser contempladas na área entregue pelo Estado. Entre elas está a criação de um espaço para visitação de crianças. “A ideia é que nossos estudantes possam passar uma noite na Mata Atlântica”, comentou. O espaço também poderá ser utilizado para receber animais apreendidos pela Guarda Ambiental, que deve ganhar uma nova sede no local.
Ainda em São Bernardo, como forma de compensação ambiental pela obra, estão previstos investimentos de R$ 3,5 milhões no Parque Estadual da Serra do Mar. “O valor será investido em regularização fundiária de trechos irregulares”, explicou o diretor da Dersa. O parque tem 113 mil hectares.
Santo André
As compensações ambientais do trecho Sul do Rodoanel também preveem, de acordo com Barbosa, a revitalização do Parque Natural do Pedroso, em Santo André. Com investimento de R$ 8,7 milhões, os 815 hectares do parque serão cercados. Também será construída uma ciclovia e uma estação para tratamento de esgoto, além do plantio de cerca de 300 mil mudas de árvores. Ao menos 18 famílias que viviam na área já foram retiradas pela Dersa. “Essas pessoas ocupavam o terreno de maneira irregular e já foram reassentadas em outros locais da cidade”, destacou.
O gerente explicou ainda que o trecho do parque em que serão plantadas as mudas de árvores ainda não foi definido. “O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) havia indicado um local, mas nossos técnicos constataram que o solo não era apropriado. Estamos levantando uma nova área.” A autarquia andreense, no entanto, afirmou em nota que a Dersa já enviou o relatório de plantio que foi aprovados por ambas as empresas.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Rodoanel prejudica braços da Billings


Jornal ABCD Maior 16/03/2010
Por: Renan Fonseca
As obras do trecho Sul do Rodoanel provocaram o assoreamento de parte dos braços da represa Billings. O recuo do leito do reservatório pode ser notado, principalmente, nas áreas onde ainda há máquinas trabalhando – a entrega do trecho Sul está marcado para 27 de março, de acordo com a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A). O fenômeno foi apontado por ambientalistas da Região e moradores de bairros vizinhos ao canteiro de obras. O problema também foi reconhecido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que informou que o assoreamento ocorreu por causa das fortes chuvas do início deste ano.
De acordo com informações do MDV (Movimento em Defesa da Vida), ONG com sede no ABCD e que acompanhou a evolução da construção do Rodoanel, algumas margens da Billings foram cobertas pela terra. Além disso, outros trechos foram totalmente soterrados. Próximo ao Jardim Canaã, durante a construção de uma ponte do complexo viário, toda a área abaixo da estrutura foi tomada pelo solo removido. “Apresentamos um documento para o Estado cobrando providências sobre esses problemas em 2008, mas não conseguimos respostas”, disse o presidente do MDV, Virgílio Alcides de Farias. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou que já solicitou à Dersa a implementação de medidas de contenção dos sedimentos nas áreas mais baixas, além de obras de drenagem. A Dersa se pronunciará nos próximos dias.
Represa mais rasa - A terra remexida se assentou no fundo da represa, próximo às margens. Nesses trechos, o leito assumiu uma cor marrom e a represa ficou mais rasa. Em outro caso, os sedimentos removidos cobrem pequenas lagoas criadas a partir da água da Billings, como aconteceu no Bairro de Lavras (região do Botujuru), em São Bernardo. Moradores que preferiram não se identificar apontaram uma área na qual, de acordo com os relatos, havia uma pequena lagoa que foi soterrada pelo Rodoanel. “Antes havia peixes e várias espécies de aves que viviam aqui. Logo que as obras começaram, muita terra foi jogada sobre o lago e no lugar resta apenas um regato”, disse um mecânico que vive no bairro.
O soterramento em alguns locais está previsto no EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) preparado para execução da empreitada, conforme explicou Farias. Porém, no caso da ponte do Jardim Canaã, o ambientalista entrou em contato com o governo do Estado, pois o estudo de impacto não previa o soterramento do trecho. “Vários fatores prejudiciais à qualidade da vida da represa podem surgir por conta do assoreamento. De imediato, esse fenômeno atinge a capacidade do reservatório, bem como a degradação do ecossistema que depende dos pontos soterrados”, afirmou.
Armazenamento - O presidente do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), Carlos Bocuhy, também defende que o acúmulo de terra no fundo das margens pode provocar diretamente a diminuição da capacidade de armazenamento do reservatório. “Em alguns lugares há o risco de o terreno ceder com as chuvas, sendo levado para a parte mais funda da represa.”
A biodiversidade da Billings também sente os impactos causados pelo assoreamento dos braços d’água. O gestor ambiental Isaias Escalasca Grilo esclarece que ao menos 150 espécies de animais e plantas podem sofrer com a perda de parte do aquífero. “As barragens causadas pelo acúmulo de terra e o soterramento dos olhos d’água (nascentes) vai prejudicar o ciclo das águas e toda a vida aquática”, pontuou o especialista.
fotos relacionadas
Obras do Rodoanel. Obras provocam assoreamento da represa; problema foi reconhecido pelo governo do Estado











domingo, 14 de março de 2010

Moradores de Embu denunciam assoreamento com suspeita de crime ambiental

Por Alexandre Oliveira Da Redação do Portal O Taboanense
A Sociedade Ecológica Amigos de Embu (SEAE) foi acionada por moradores devido aos assoreamentos causados em decorrência as obras do Rodoanel na região. Em entrevista a CBN, o presidente da instituição ambiental, Leandro David Dolenc, disse estar apreensivo ao descaso das autoridades com o assunto.
Em conversa com o âncora da Rádio CBN, Heródoto Barbeiro, o presidente da Sociedade Ecológica Amigos de Embu colocou que através de denuncias por parte de munícipes eles puderam acionar veículos de comunicação para mobilizarem as entidades civis e o Governo Municipal.
Foto: Alexandre Oliveira

Aterro no Embu pode estar prejudicando mananciais da cidade
Para Dolenc o manejo das terras sem as devidas precauções está determinando os atuais casos de enchentes na cidade. Segundo o que ele informou ao jornalista da CBN, a cidade vem sofrendo com os vários caminhões que transportam terra para dentro da cidade. “Existem moradores reclamando muito de que quando chove tem áreas na cidade que ficam intransitáveis”, denuncia.
Segundo ele há mananciais sendo prejudicadas devido às movimentações de terra e a criação de aterros na cidade. “Com o aterramento você encobre vários olhos d’ água e pequenos ribeirões que muitas vezes nem constam dos mapas da Defesa Estadual do Meio Ambiente. Você perde muitos recursos hídricos com isso”, alertou.
Dolenc deixou claro na entrevista que os governos atuais do Estado e do município de Embu estão deixando a desejar nesse aspecto. “O que acontece é que existe muito empurra, empurra, entre Estado e Município. Mas na verdade o Estado não tem uma proteção ambiental adequada para a região e o município emitiu muitos alvarás para que esses aterros pudessem ocorrer”, coloca.
Aterros
Uma das regiões mais afetadas é o bairro do Jd. Magali, periferia de Embu. Um aterro de grandes proporções vem atormentando a vida dos embuenses daquela região, há mais de nove meses.
Segundo moradores os constantes caminhões transportadores de terra estão destruindo as vias locais e tornando insuportável sua moradia. Para um dos moradores que não quis ser identificado, o constante trânsito dos veículos de carga torna a rua, em sua grande parte de terra, um caos. “Esta situação está insuportável. Quando chove é lama e quando está calor é a poeira, sem falar na fila de caminhões que normalmente acontece em frente a minha casa”, reclama.
Segundo os moradores tempos atrás havia uma placa indicando o alvará da obra. A mesma já foi arrancada. Informações por parte dos trabalhadores no aterro, indicam que a obra não tem data certa para acabar.

Moradores da vila Jurubeba culpam obras do Rodoanel por deslizamento

Bruno Antunes Agência BOM DIA
Barranco continua com rachaduras e moradores têm medo de um novo desastre
Moradores da vila Jurubeba, no Riacho Grande, em São Bernardo, vivem em situação de risco desde que um barranco deslizou no último dia 10 e deixou mais de cinco casas com rachaduras. Os moradores acusam as obras do Rodoanel pelo desastre. A Defesa Civil da cidade espera um acordo com a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), responsável pela construção do anel viário, para a solução do caso.
Os moradores acusam as obras do Rodoanel pelo aumento da quantidade de água no local. “Agora, quando chove, a rua vira uma piscina”, diz Luciene de Freitas Gonçalves, residente da vila. O aumento do fluxo também causou o deslizamento de terra.
Mais de cinco casas estão com rachaduras, e até agora a Dersa não prometeu o conserto. “Vieram aqui e falaram para morarmos de aluguel. Iam nos dar R$ 315,00 por mês. Mas, se viemos morar na favela é porque não queremos pagar para morar”, diz a moradora Elaine Rodrigues Bento. Enquanto isso, há outra rachadura no barranco, com grande risco de queda.
Em nota, a administração informa que as famílias em situação de risco serão removidas para outro local.
A Dersa declarou que “não existe relação entre as obras do Rodoanel na região e deslizamentos” e que a causa é devido à instabilidade do solo, que piorou com as chuvas na região.