quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um ano depois, Rodoanel traz mais caos ao trânsito


Foto: André Americo /Metro ABC
Do Metro cidades@eband.com.br
A solução para o trânsito de veículos pesados na capital se transformou em uma pedra no caminho do tráfego no ABC. O Trecho Sul do Rodoanel completa amanhã um ano de funcionamento e há reflexos negativos no fluxo de veículos em pelo menos quatro das setes cidades da região. Mauá não respondeu à reportagem.
A abertura da nova rota para o interior e litoral transformou o ABC em opção para fugir do tráfego da capital e acessar o Rodoanel. Em São Bernardo, a avenida Faria Lima foi a via que mais sentiu os reflexos da nova rodovia. De acordo com a Secretaria de Transportes e Vias Públicas da cidade, o fluxo de veículos no sentido bairro aumento 39%.
Isto porque é este fluxo que dá acesso ao quilômetro 23 da via Anchieta sentido Santos, próximo à alça de acesso ao Rodoanel. Para o consultor da Secretaria, Ronaldo Tonobohn, o trânsito na cidade deve melhor apenas depois da conclusão do Trecho Leste. “Além disso, este cenário deve sofrer novas alterações com o início da cobrança de pedágio nos próximos meses. O Rodoanel passará a perder atratividade para o usuário”.
Santo André sentiu os reflexos do Trecho Sul em sua área central. O DST (Departamento de Segurança de Trânsito) afirma que a inauguração da rodovia interferiu em mais veículos na avenida Edson Danillo Dotto, conhecida como Perimetral, e no viaduto Adib Chammas, que liga o Centro à avenida dos Estados.
Vias mais próximas ao acesso de Mauá ao Rodoanel, como as avenidas Valentim Magalhães, Giovanni Battista Pirelli e Santos Dumont, também entram na lista de congestionadas. “O fato de não ter sido feita nenhuma ligação para acesso ao Rodoanel com a avenida dos Estados tem gerado aumento de fluxos, com o uso dessas vias como rotas alternativas”, afirma em nota a administração andreense. Diadema registrou mais veículos no bairro Eldorado e na região central, em avenidas como Piraporinha, Prestes Maia e o corredor ABD.
Buraco
A obra terminou há 12 meses, mas os buracos causados pelo fluxo de caminhões que trabalharam na construção da rodovia continuam abertos. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) afirma que haverá intervenções em 52 ruas do ABC. Mas recapear as vias
ainda depende de convênio com as prefeituras. Já o plantio de árvores como compensação pelo trecho de mata Atlântica devastada está 95% pronto, de acordo com a empresa. As 2,5 milhões de mudas de espécies nativas foram plantadas no entorno do Rodoanel e em áreas de manancial.

Trecho sul está longe dos padrões das rodovias, diz especialista

Da Redação Repórter Diário
Projeto mais importante de infra-estrutura da região metropolitana de São Paulo, o Trecho Sul do rodoanel completa na próxima quarta-feira (30/3) um ano de existência com as obras ainda incompletas (foi entregue pelo então governador José Serra no dia 30, mas foi aberto para o transito no dia 1º de abril). Com investimento de R$ 4,86 bilhões, o sistema viário representa um importante acesso da região do ABC às principais rodovias do Estado.
De acordo com a professora de planejamento urbano e transportes da UFABC (Universidade Federal do ABC), Silvana Maria Zioni, há duas situações a serem discutidas quando se faz o balanço do ano. A primeira é o fato de que o Trecho de São Bernardo está integrado a uma estrutura viária e tem suas interligações ainda muito confusas. A outra é que o percurso possui uma série de desvios e problemas de sinalização, iluminação, cobertura de rastreamento e policiamento.
“É de se espantar que após um ano a obra continua interminada e com vários problemas. A via praticamente não tem sinalização e as que têm estão equivocadas. Não é esse o padrão das rodovias paulistas. A Dersa está boicotando o Rodoanel”, afirma a professora. A concessionária Dersa era responsável pelas obras do Rodoanel até 10 de março, quando passou a responsabilidade da operação para a SPMar.
Ponto Positivo
Apesar de todos os problemas, o sistema viário facilitou a reorganização do trânsito e implantação do pátio da ecovias e de centros logísticos. “O Rodoanel não foi o motivo principal desse desenvolvimento porque a implantação desses centros logísticos já era algo previsto, no entanto, facilitou o processo”, explica a professora.
Mauá
Para Silvana, a obra no município de Mauá deveria ser melhor planejada pois, o impacto sobre a população foi assustador. “A obra praticamente se derrubou sobre o município. Mauá tem potencial de desenvolvimento, é um município estratégico principalmente pela ligação com a zona leste da capital paulista”, afirma. De acordo com a professora, trechos da obra passaram por cima do bairro Oratório o que forçou o deslocamento da população e traz sérias conseqüências até hoje para quem mora lá.
Histórico
Com 61,4 km de extensão, a obra iniciada em 19 de setembro de 2006 e finalizada em março de 2010 representa investimentos de quase R$ 5 bilhões, incluindo construção, desapropriações, reassentamentos e compensações ambientais.
Concebida como opção ágil para o acesso dos veículos de passagem pela Região Metropolitana de São Paulo para outras rodovias que cortam a cidade, o Trecho Sul é o segundo a sair do papel, em todo o projeto do Rodoanel, que ainda prevê os trechos Leste e Norte, completando a interligação de todas as rodovias que cortam São Paulo: Dutra, Ayrton Senna, Fernão Dias, Régis Bittencourt, Castelo Branco, Raposo Tavares, Bandeirantes, Anhanguera, Anchieta e Imigrantes.
O Trecho Sul é conectado ao Trecho Oeste e suas rodovias interligadas ao ABC, ao Sistema Anchieta Imigrantes e ao Porto de Santos.A velocidade máxima permitida é de 100 km/h para veículos leves e 80 km/h para veículos pesados. Cabe destacar ao motorista que, no traçado, não há postos de gasolina. (Colaborou Carolina Neves)

Rodoanel Leste vai desapropriar 16,7 mi de m².Clique e leia mais

Da AE
O governo do Estado de São Paulo vai desapropriar uma área de 16,7 milhões de metros quadrados, o equivalente a 11 Parques do Ibirapuera, para a construção do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas. Os imóveis estão localizados em seis municípios da Região Metropolitana de São Paulo: Ribeirão Pires, Mauá, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba e Arujá. Essa parte do Rodoanel não cruza a capital. A estimativa de custo é de R$ 1,1 bilhão...