Fato já era de conhecimento da Cetesb desde Setembro de 1995
da Folha de S. Paulo - 24/08/2001
A área onde foi erguido um conjunto habitacional em Mauá, no ABC paulista, não é a única na cidade que recebia, clandestinamente, resíduos industriais.
Há, pelo menos, outros dois locais onde empresas depositavam sobras de produção, como areia de fundição, utilizada para fazer moldes de peças que serão fundidas. Depois de utilizada, a areia é jogada fora.
A Cetesb tinha conhecimento desses fatos pelo menos desde 1º de setembro de 1995. Na ocasião, o vereador de Mauá Francisco de Carvalho Filho (PPS) protocolou na Secretaria de Estado do Meio Ambiente uma denúncia e um requerimento de informações.
Na denúncia, Carvalho apresenta fotos de caminhões da Edem S/A Fundição de Aços Especiais, que funciona no município, jogando sobras de produção em terrenos de Mauá.
Uma das áreas escolhidas como depósito fica na avenida José Ricardo Nalle, Vila das Mercedes, e faz fundos com a EE Professor Antonio Messias Szimanski.
Outro local onde foram depositados resíduos industriais fica na avenida Papa João XXIII, bairro de Sertãozinho.
A Edem informou que há cerca de dois anos deixou de trabalhar com fundição e passou a se dedicar a depósito de modelos de madeira. No entanto, Luiz Carlos Mondoni, funcionário da empresa escalado para falar sobre o assunto, confirmou que a Edem jogava areia nos locais indicados pelo vereador. Ele disse que o produto não era tóxico.
A professora Mary Rosa Santiago Silva, especialista em química da Unesp de Araraquara, afirmou que areia de fundição, em geral, é tóxica. "O elemento mais preocupante é o fenol, que pode causar males à saúde."
A assessoria de imprensa da Cetesb informou que a empresa não tinha conhecimento da denúncia do vereador. No entanto, segundo a assessoria, em 6 de maio de 1994 a estatal recebeu uma denúncia semelhante contra a Edem. A empresa foi autuada no mesmo dia pela Cetesb e foi obrigada a retirar o material depositado clandestinamente.
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