terça-feira, 22 de novembro de 2011

Com Rodoanel, morador poderá gastar até R$ 9,60

Elaine Granconato Do Diário do Grande ABC
Com o início da cobrança do pedágio no Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, desde a 0h de hoje, os moradores do Grande ABC poderão gastar até R$ 9,60 por dia e R$ 192 por mês, caso utilizem também a Rodovia dos Imigrantes como destino para Diadema e São Bernardo. O valor da tarifa no Rodoanel para carros de passeio é de R$ 2,50 - veículos comerciais pagarão essa quantia por eixo, segundo a SPMar, concessionária operadora da via. Motocicletas pagarão R$ 1,25.
O Trecho Sul entrou em operação em março do ano passado. O traçado começa na Rodovia Régis Bittencourt, exatamente no entroncamento do Trecho Oeste, interliga as rodovias Anchieta e Imigrantes, e segue até o prolongamento da Avenida Papa João XXIII, no bairro Sertãozinho, em Mauá. Segundo a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), o Rodoanel recebe, em média, 70 mil veículos por dia.
No total, são seis praças de pedágio. Independentemente do trecho percorrido, o motorista só pagará na saída do Rodoanel. Ou seja, nas alças de acesso à rodovia.
É exatamente o caso de Luciano Andreoli de Barros, 24 anos, morador no Jardim Alvorada, em Santo André, e que trabalha em empresa de tecnologia eletrônica em Diadema, no bairro Eldorado. A partir de hoje, o instrutor de treinamento passa a gastar R$ 5 de pedágio no Rodoanel - R$ 2,50 (na saída da via para o trabalho, sentido Diadema) e R$ 2,50 (na saída para casa, sentido Mauá).
Além do valor de R$ 4,60, na saída do Km 25 da Imigrantes, via administrada pela Ecovias, para pegar o Rodoanel. Detalhe: são apenas três quilômetros percorridos de carro e não dá para o motorista escapar da cobrança.
Os R$ 192 a mais na conta de fim do mês do jovem, que faz pós-graduação na Universidade Municipal de São Caetano, pesarão no bolso. "Acho que terei de deixar o trajeto do Rodoanel", disse Barros, ontem, antes do início da cobrança da tarifa. Por mês, ele gasta cerca de R$ 50 de combustível.
Pelo Rodoanel, ele gasta cerca de 30 minutos para chegar ao trabalho, embora percorra cerca de 20 quilômetros a mais. Por dentro das cidades, o trajeto leva, em média, uma hora e 30 minutos, conforme a equipe do Diário conferiu ontem.
É o mesmo caso de Ivan Saldanha, 33 anos, residente na Vila Pires, em Santo André, e que trabalha na área de marketing em Diadema. "Sem o pedágio, o Rodoanel era o ideal para fugirmos do estresse do trânsito. Sem falar que o desgaste do carro é bem menor", afirmou Saldanha, que também deverá mudar o itinerárioa partir de hoje. Ele também pagaria R$ 9,60 por dia.
Até a véspera, não tinha informação visual sobre cobrança
Até as 12h de ontem, pelo menos, não havia nenhum informativo no Trecho Sul do Rodoanel, que corta a região, sobre o início da cobrança de pedágio a partir de hoje, conforme a equipe do Diário registrou. Muitos usuários da rodovia estadual, com certeza, serão pegos de surpresa. Os painéis eletrônicos também estavam apagados.
Ao contrário do informado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo, anteontem e ontem, os motoristas não receberam "folhetos sobre o início e o valor da cobrança".
Nas praças, funcionários da SPMar, concessionária responsável pela operação do trecho, entregavam ontem folheto institucional do Rodoanel Sul, praticamente de divulgação da obra carro-chefe de campanha eleitoral do governo tucano no Estado. Na passagem do veículo, a funcionária apenas informava que "a partir da meia-noite será cobrado o pedágio". O valor não era informado. Somente se questionado.
A Artesp justificou ontem que "desde sexta-feira a informação sobre os valores e início de cobrança vem sendo amplamente repercutida pela imprensa". E que os valores das tarifas seriam colocados "até o início da cobrança".

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