Indignação;Mega obra que custou aos cofres públicos 50.000.000 de reais o kilômetro e agora será privatizada, já apresenta diversos problemas

WILSON.DELL’ISOLA@METROABC.COM.BR
Rodoanel precisa de reforma após 14 dias
Trecho entre Mauá e o acesso à rodovia Anchieta é o que mais oferece perigos ao motorista
Falhas na pavimentação mais comuns são buracos e rachaduras
Professor de engenharia especialista em pavimentação afirma que problemas só deveriam aparecer em 20 anos. Dersa diz que pistas são seguras
De acordo com engenheiro, Rodoanel Sul não possui pavimentação suficientemente segura
Para Dersa, que administra a rodovia, o trecho opera em perfeitas condições de segurança
Aberto ao tráfego no dia 1o de abril, o trecho sul do Rodoanel já apresenta problemas na pavimentação que oferecem riscos aos usuários.
A constatação é do engenheiro João Virgílio Merighi, professor de transporte do Mackenzie e especialista em pavimentação, que aponta o trecho entre a rodovia Anchieta e a cidade de Mauá – referente ao lote 1 – como o mais deficiente.
“Para uma obra desta magnitude, com o investimento que foi feito (R$ 5 bilhões), a pavimentação e a eficiência da aderência deixam a desejar. Está claro que houve um erro no projeto ou na execução”, opina Merighi. O engenheiro também diz estranhar o fato de buracos e quebras nas placas de concreto da pavimentação aparecerem na via com tão pouco tempo de utilização:
“Esse tipo de problema deveria acontecer daqui uns 20 anos apenas. Neste momento é necessário, com urgência, que a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), concessionária que administra a obra, realize reparos no trecho sob pena de acidentes mais graves acontecerem.”
As construtoras Andrade Gutierrez e Galvão Engenharia, responsáveis pela execução do lote 1, informaram que, por contrato, não podem comentar o assunto e que “informações devem ser tratadas com a Dersa.”
A empresa afirmou, em nota, que “o Rodoanel não passará por reformas por se tratar de uma via segura, desde que os usuários obedeçam à sinalização e sigam os limites de velocidade previstos. O trecho opera em perfeitas condições de trafegabilidade e de segurança.”
Problemas do trecho
Buracos: Já existem. Pelo projeto os reparos deveriam ser feitos após 20 anos da inauguração.
Rachaduras nas juntas: Começam a aparecer nas emendas de pavimento.
Falta de rugosidade: O pavimento é mais liso do que deveria.
Água:. Acumula em curvas, o que causa risco de aquaplanagem.