domingo, 25 de outubro de 2009

VEREADORES PROMETEM AUXILIAR DESAPROPRIADOS PELO ESTADO

Por: Gustavo Pinchiaro (gustavo@abcdmaior.com.br)
Moradores acusam governo do Estado de pagar um valor abaixo do mercado por imóveis
Moradores acusam governo do Estado de pagar um valor abaixo do mercado por imóveisOs vereadores de Mauá vão tentar auxiliar a comissão de moradores do Parque Oratório com o processo de desapropriação de imóveis pela Dersa para extensão da avenida Jacu Pêssego, em complemento às Obras do Rodoanel, administradas pelo governador José Serra (PSDB). De acordo com moradores que tiveram imóveis desapropriados, os valores pagos pela residência estão abaixo do mercado e o residente que se manifesta contra o valor acaba sofrendo pressão para aceitar. Durante reunião com a comissão de moradores, que interrompeu os trabalhos da sessão ordinária desta terça-feira (20/10), os vereadores sugeriram que o Ministério Público e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanhem o caso ao lado dos parlamentares. “Vamos nos reunir na próxima semana e pontuar todas as questões no caso. Se não houver objetividade, a reivindicação não é atendida”, explica o presidente da Casa Rogério Santana (PT). A família de João Pereira, composta pela esposa e os três filhos, foi pressionada a assinar o termo de desapropriação de uma casa de seis cômodos, de acordo com ele. “Eles vieram em agosto de 2008 e falaram que o valor pago seria bom, dentro do mercado. Mas em junho desse ano veio a bomba. Um valor muito baixo. Pagaram R$ 70 mil na minha casa. O imóvel valia R$ 150 mil, mas disseram que se eu não aceitasse ia acabar perdendo tudo. Caí no conto do vigário”, explica João. A líder da comissão , Nilza Gomes, também passou por situação parecida. Ela afirma que foi forçada a assinar a indenização de R$ 72 mil pela casa de 300 metros quadrados. “Sofria ameaças de morte, inclusive, de vizinhos que acreditavam que receberiam um alto valor pelo imóvel, por isso não resisti mais e assinei”, explica Nilza. De acordo com Nilza, cerca de 800 famílias já foram desapropriadas no loca, restam cerca de 1000. O bairro foi urbanizado por meio de uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social). O fator de medo comum entre a maioria dos moradores presentes na Câmara de Mauá foi o poder de coação do Estado. “Eles chegam lá com todo o aparato e força que nós ficamos com medo de resistir”, detalha Pereira. O movimento que busca justiça nas indenizações também conta com apoio do MDV (Movimento em Defesa da Vida), que luta por causas ambientais e sociais. “Eles estão cometendo um crime grave. Além da falta de política pública, essas famílias podem acabar ocupando áreas de mananciais”, explica Lucas Barbosa membro do MDV. Presente da gestão passada – Durante a reunião, o vereador Ivann Gomes, o Batoré (PP), afirmou que o problema é um presente do ex-prefeito Leonel Damo (sem partido). “Ele foi o responsável por liberar essas áreas ao governo do estado.” A declaração exaltou os ânimos dos vereadores de oposição. “Isso não é palanque eleitoral. Tem que apontar soluções e não discutir de quem é a culpa”, esbravejou Alberto Betão Justino (PSB).

Nenhum comentário:

Postar um comentário