André Vieira Do Diário do Grande ABC
As duas primeiras mortes registradas no Trecho Sul do Rodoanel estão concentradas no mesmo segmento da rodovia, que completou seis meses no dia 1°. O local dos acidentes está separado por apenas dois mil metros, perto dos km 80 e 82, entre Santo André e Mauá.
Em 4 de agosto, o veículo e o corpo de uma vítima foram localizados na altura do km 82, boiando na Represa Billings. Na manhã de anteontem, por volta das 8h, ocorreu o segundo acidente fatal, no km 80.
Trafegando no sentido da Rodovia Régis Bittencourt, o professor de educação física Fernando Marques da Costa, 33 anos, perdeu o controle de seu carro, um Fox preto, invadiu o canteiro central e caiu em uma ribanceira, despencando de uma altura de cerca de 30 metros.
Os pontos dos dois acidentes têm características parecidas, sem qualquer curva e em terreno plano, mas oferece risco devido aos constantes registros de neblina e garoa.
As condições climáticas adversas obrigam os motoristas a redobrarem a atenção com o trânsito, reduzindo a velocidade por conta da pouca visibilidade.
O Diário percorreu ontem o Trecho Sul do Rodoanel com o professor de Engenharia Civil e Urbanismo do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Luiz Sérgio Coelho.
Para o especialista, a via é segura, e o local dos acidentes conserva pista em bom estado de manutenção - como todo o restante do complexo. Além disso, está corretamente sinalizado.
"Entre 95% e 90% dos acidentes são provocados por atos perigosos dos motoristas, como exceder os limites de velocidades ou dirigir falando ao telefone celular", afirmou o professor.
O especialista descartou a possibilidade de o acidente ter sido causado por fatores ligados à estrutura ou conservação do Rodoanel. Segundo Coelho, a garoa e a neblina podem ter contribuído para o acidente fatal registrado no domingo.
DERSA
Ontem, homens e máquinas trabalhavam na mesma região onde os dois acidentes foram registrados, erguendo mais barreiras de proteção de concreto.
Em alguns pontos, os trabalhos estavam em fase avançada, em outros, indicava que ainda era o começo das obras.
Quando a primeira morte ocorreu, o governo estadual anunciou que iria construir mais barreiras.
Procurada, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) não respondeu ao Diário até o fechamento desta edição.
Em funcionamento desde 1° de abril, o Trecho Sul do Rodoanel está hoje mais estruturado do que quando foi aberto, segundo análise do professor Coelho. Para o especialista, a sinalização está hoje mais completa.
Embora aumente a quilometragem das viagens, o Rodoanel é uma boa opção. "É mais rápido porque os carros podem andar em maior velocidade e a pista é livre, desviando do congestionamento do centro da Capital", afirmou o especialista.
Corpo do primeiro motorista levou dois dias para ser achado
O corpo da primeira vítima fatal em acidente registrado no Trecho Sul do Rodoanel foi localizado dentro da Represa Billings, na altura do km 82, no sentido Mauá da via, no dia 4 de agosto.
Desaparecido havia dois dias, o operador de máquinas Antônio da Silva Pereira, 33, foi encontrado dentro do seu carro, um Gol prata. O motorista perdeu o controle do veículo e caiu na represa, morrendo afogado.
O corpo da vítima foi localizado pelos próprios irmãos de Pereira. Depois de procurarem pelo operador em delegacias e hospitais, os parentes resolveram realizar o trajeto que a vítima fazia para chegar ao trabalho e acabaram por identificar o local do acidente.
Ontem, no período em que o Diário passou pelo local dos acidentes, às 13h45, a neblina estava muito baixa, perto do solo, impedindo que os carros da frente pudessem ser vistos de distância superior a 100 metros.
A condição climática oferecia perigo e tão logo a equipe do Diário parou no acostamento e desceu para observar o local do acidente, um soldado da Polícia Militar Rodoviária se aproximou com a viatura para perguntar se havia algum problema.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
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